segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Zelando pela criação.
Salmo 104.1-9,24,35c
Sermão do culto vespertino da Igreja Presbiteriana Independente de Grajaú

Quero meditar com vocês sobre a criação de Deus e, de uma maneira especial, o ser humano.

Moramos na maior cidade de nosso país. São Paulo é uma cidade incrível, com camadas sociais as mais variadas, com estruturas e estilos arquitetônicos os mais variados. Uma cidade que cresceu de maneira desordenada e foi sufocando e cobrindo rios e riachos. Derrubando florestas e bosques, ocupando o espaço de maneira rápida. Antes da cidade havia aqui a natureza e seu espaço foi ocupado e mudado pelo ser humano.

Hoje, olhar para a nossa cidade e ver nela os traços da criação de Deus é realmente formidável. Não sei quantos de vocês já repararam na riqueza de arvores que temos no entorno de nossa Igreja. Quantos de vocês já se atentaram para a variedade de pássaros que temos em nossa cidade. Eu costumo contemplar cada detalhe da natureza em São Paulo. Surpreende-me ver plantas nascendo em meio ao concreto de prédios. Surpreende-me ver pássaros namorando nos fios de energia elétrica e ouvir o canto de um sabiá quando caminho pelas ruas da cidade. A criação de Deus está aqui, em meio ao concreto e a poluição que nós criamos. Apesar de toda interferência humana, a criação de Deus pulsa em nossa cidade.

Nós somos responsáveis pela manutenção desta vida em nossa cidade, nos foi confiado a manutenção do planeta e nós não podemos deixar de zelar por ele. Cuidar nos mínimos detalhes. Desde o lixo que você não joga na rua, até ensinar outras pessoas a cuidar da natureza em nossa cidade.

Há também que termos cuidado especial com o ser humano. Cada um de nós fomos cuidadosamente pensados e sonhados por Deus. Não podemos deixar de lado o fato de sermos iguais, mas únicos. Cada um de nós temos talentos, habilidades e dons especiais. Por isso, precisamos olhar cada pessoa que conhecemos de maneira diferente. Cada um tem sua personalidade e sua maneira de encarar a vida.

Somos únicos, com uma maneira única de viver. Isso torna os relacionamentos difíceis, mas fascinantes. Você imaginar que Deus permite que sejamos nós mesmos, convivamos com pessoas diferentes aqui na Igreja e ainda assim Deus fala com cada um de nós à nossa maneira.

Como cuidar do ser humano? Podemos começar observando um dos principais mandamentos: amar o próximo como a nós mesmos. Permitam-me inverter a ordem da oração: amar a mim mesmo tanto quanto amo o meu próximo. Precisamos nos amar, amar a vida, amar viver bem. Uma das canções que mais gosto, letra do Rev. Valdomiro Pires Oliveira, diz em seus versos “quero viver bem, quero morrer vivendo, quero morrer bem, bem de bem com a vida”. Viver bem. Buscar uma vida de qualidade passa por escolhas. É preciso escolher viver bem. Diante das situações difíceis da vida, precisamos ter a consciência que, mesmo desanimados, frustrados e sem perspectivas, Deus está conosco. Olhando por nós. Talvez você esteja passando por dificuldades em sua vida, não se esqueça que cuidar de você, é cuidar da saúde física, emocional e espiritual. Cuidar de você é estar disposto a cuidar do próximo.

Concluo, convidando você a contemplar as criaturas de Deus que povoam a terra, a cuidar e zelar de cada uma delas de maneira especial. Mas sem se esquecer de cuidar de você e do seu próximo. Sem se esquecer de cuidar de todos aqueles a quem conhecemos. Amar a Deus é amar a sua obra, é amar a sua criação. É amar a nós e ao nosso próximo. Que Deus nos abençoe.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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