Salmo I
Fagundes Varela (1841 - 1875)
Ditoso o justo que afastado vive
Do concílio dos maus e do caminho
Trilhado por perversos pecadores!
E que nunca ensinou, bem como o ímpio,
Do negro vício as máximas corruptas!
Ditoso o homem que fiel concentra
De seu Deus criador na lei divina
Todo o seu pensamento e seu afeto,
E nela só medita noite e dia!
Ele será qual árvore frondosa,
Banhada por arroios cristalinos,
Que bons frutos produz na quadra própria,
E nunca perde o viço e a louçania.
Quanto a sorte do ímpio é diferente!
Brinco do acaso, das paixões joguete,
Assemelha-se ao pó que o vento agita
E sobre a terra desdenhoso espalha.
No dia, pois, do santo julgamento
Perante o Deus severo, confundido,
Fulminado será, deixando ao justo,
O prêmio prometido: a glória eterna!
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