segunda-feira, 17 de maio de 2010

A morte de Jesus

São Marcos 15.33-37

A vida chega ao seu fim. Após 33 anos de junto aos homens, faleceu hoje na cidade de Jerusalém, Jesus de Nazaré, filho de José, carpinteiro, e Maria.

Segundo Marcos, um jovem que acompanhou os últimos três anos de Jesus, ele era um homem diferente: sábio no falar, prudente no agir, conversava com pobres, pescadores, pecadores, prostitutas e cobradores de impostos. Fala com autoridade das Leis e dos Profetas. Um homem diferente.

Este homem diferente experimentou, nos instantes finais de sua vida, pendurado no madeiro, duas sensações semelhantes na definição, diferentes no sentir.

A amargura da Solidão. “Deus meu, porque me desamparaste”. A amargura da solidão. Um homem que viveu rodeado de pessoas a todo instante vê-se, após tortura e sofrimento, só, abandonado pelos amigos e seguidores. Mas este não foi o abandono que mais doeu, este era esperado, a dor maior foi não ver a face de Deus. Naquele instante exato Jesus experimentou o que nenhum homem ou mulher experimentou até hoje: completa e total solidão. Deus virou-lhe a face. Seu Pai, aquele com quem Ele estava intimamente ligado e cumpria a vontade o abandonara a sua própria sorte.

Os propósitos disto, para nós, são sublimes, mas aquele instante de dor não deve escapar de nossas mentes um só momento. Todas as vezes que cantarmos, lermos, falarmos, lembrarmos de Jesus, o Cristo, devemos nos lembrar da completa solidão que Ele experimentou por mim e por você.

O gosto amargo da solidão. Esta foi a última sensação de Jesus em vida.

O gosto amargo do vinagre. O gosto amargo da solidão foi a última sensação de Jesus, mas o último gosto que Ele sentiu foi o do vinagre.

O vinagre aparece em nove oportunidades na Bíblia. Cinco delas no relato da morte de Jesus. Em Números 6 o vinagre é listado com uma das bebidas a serem evitadas quando do voto Nazireu. O autor do Salmo 69 usa o vinagre para demonstrar como sua vida estava angustiada e cada vez piorava. Em Provérbios temos mais duas menções ao vinagre. Na primeira é usado para descreve quão amargo e doloroso pode ser. Na segunda descreve a dor de quem deve se alegrar na tristeza.

Estas imagens do vinagre na Bíblia nos fazem compreender do pro quê dele no Calvário: momento de abstenção de todos os benefícios terrenos (Nm. 6), angustia e solidão ao extremo e cada vez pior (Sl. 69), gosto amargo e difícil de suportar, assim como a cruz, que traria alegria depois de 3 dias. Não podíamos esperar que Jesus estivesse sorrindo sobre a cruz pelo fato de saber o que lhe aconteceria, não, ele sofria a rejeição do mundo e a rejeição do Pai, experimentava o gosto amargo de um vinagre simbólico e real: angustia, sofrimento, solidão e amargor na boca.

Jesus provou do vinagre liquido, mas principalmente, do vinagre simbólico, esta foi a última expressão de Jesus na terra: o gosto amargo do vinagre para mostrar a dimensão de sua dor.

Conclusão. Hoje Jesus morreu, eu e você somos convidados à partir de agora a nos fechar em nossos pensamentos e lembrarmos da Amargura da Solidão e da Amargura do Vinagre na qual Jesus passou e assim meditarmos no valor que temos dado a esta morte, no valor que temos dado ao ato de Jesus nesta cruz. Vamos refletir até domingo.

Rev. Giovanni Alecrim

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