terça-feira, 11 de agosto de 2009

O homem humano
Adélia Prado (1935 - )

Se não fosse a esperança de que me aguardas com a mesa posta
o que seria de mim eu não sei.
Sem o Teu Nome
a claridade do mundo não me hospeda,
é crua luz crestante sobre ais.
Eu necessito por detrás do sol
do calor que não se põe e tem gerado meus sonhos,
na mais fechada noite, fulgurantes lâmpadas.
Porque acima e abaixo e ao redor do que existe permaneces,
eu repouso meu rosto nesta areia
contemplando as formigas, envelhecendo em paz
como envelhece o que é de amoroso dono.
O mar é tão pequenino diante do que eu choraria
se não fosses meu Pai.
Ó Deus, ainda assim não é sem temor que Te amo,
nem sem medo.

Um comentário:

Sonia Agreste disse...

Adelia Prado é uma das minhas poetisas preferidas.
Vou usar este poema na liturgia da minha igreja, no próximo fim de semana.
Grata pela inspiração!