domingo, 19 de julho de 2009

Só a prosa é que se emenda
Como ele me disse uma vez: “Só a prosa é que se emenda. O verso nunca se emenda. A prosa é artificial. O verso que é que é natural. Não nos falamos em prosa. Falamos em verso. Falamos em verso sem rima nem ritmo. Fazemos pausas na conversa que na leitura se não podem fazer. Falamos, sim, em verso, verso natural – isto é, em verso sem rima nem ritmo, com as pausas do nosso fôlego e sentimento.
Os meus versos são naturais porque são feitos assim...
O verso ritmado e rimado é bastardo e ilegítimo”.
(Poesia completa de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. Companhia das Letras. p.181)

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