Ovelhas sem pastor
São Marcos 6.30-34
Jesus havia enviado os discípulos, de dois em dois, e ao retornarem e, motivados por tudo o que haviam feito e ensinado, encontravam-se sem tempo até mesmo de comer, visto que as pessoas os seguiam e queriam mais e mais. Cansados, Jesus os convida a subirem no barco e atravessarem o lago. Porém, antes de chegarem do outro lado, as pessoas se anteciparam e correram pela margem. É possível que o barco tenha ido a velocidade reduzida, ou quem sabe eles estiveram no barco até as pessoas chegarem, enfim, o que importa é que, quando desceu daquele barco, Jesus olhou para a multidão e teve pena dela. Pareciam ovelhas sem pastor.
Não há animal tão dependente como uma ovelha. Sem alguém que a guie, ela se perde, anda sem rumo e se torna presa fácil para as feras. Sem alguém para levá-la para pastar, ela morre de fome. Para nós, urbanos do século XXI, é difícil entender a imagem de uma ovelha, mas é tal qual uma criança de colo, sem capacidade de prover-se por si mesma.
Ao olhar para aquela multidão, Jesus vê pessoas sem direção, pessoas famintas, pessoas perdidas, pessoas sem rumo, pessoas desamparadas. Elas estavam perdidas, os líderes religiosos não se importavam com as necessidades da vida daquelas pessoas, estavam ocupados em cuidar do cumprimento da Lei esqueceram-se da vida.
É neste momento que Jesus passa a ensinar a eles sobre o Reino de Deus. Jesus é capaz de fazer isso porque sonda o coração deles, os entende, se compadece deles, ou seja, sofre o sofrimento deles. Jesus ama a cada um deles. Ter pena daquele povo não é um sentimento de dó, mas é refletido em ação. Por isso ele ensina, de maneira prática, a viver confiando no pai. Uma confiança infantil. Tal qual uma criança confia no pai e na mãe e sabe que seu pai e sua mãe estarão do seu lado, Jesus ensina àquela multidão a confiar na soberania de Deus, e assim ter paz, amor e viver em verdade.
Hoje, muitos de nós trilhamos em nossas vidas caminhos que nos afastam de Deus. Andamos famintos, desamparados, sem cuidados, sem perspectivas em nossas vidas. Vivemos perdidos, como um filho sem os pais, como ovelha sem pastor. Por vezes, o desespero bate e podemos até mesmo nos esquecermos que temos pessoas ao nosso redor que estão aqui para nos ajudar. Os amigos e irmãos da Igreja devem ser o apoio para o momento de dificuldade, mas o consolador é o Espírito Santo, que clama a Deus por nós, o apoiador e direcionador nos momentos de aflição é o nosso pastor, nosso bom pastor, nosso Senhor Jesus Cristo. Quando vivermos aflições sem medidas e nos sentirmos perdidos, não nos esqueçamos que Jesus está ao nosso lado, nos guiando, nos dando o alimento necessário, nos levando a pastos verdes, nos ensinando a sua verdade, nos mostrando que é possível superar as dificuldades.
Quero concluir convidando você a guardar em sua mente e coração que não somos ovelhas sem pastor, nosso Senhor Jesus é o nosso bom pastor, mas existem pessoas ao nosso redor que andam desamparadas, famintas, desejosas de viver em paz e encontrar uma razão para a vida. Vamos nos dispor a apresentar a elas o bom pastor, aquele que se importa com o nosso sofrimento, sofre conosco mas também nos fortalece e nos faz viver em paz com Deus.
Que Deus nos abençoe.
Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo
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