segunda-feira, 27 de julho de 2009

Entrega e confiança
São João 6.1-21

O texto que lemos nos mostra dois milagres de Jesus. num primeiro momento, estes milagres parecem não ter relação um com o outro, mas como veremos, o evangelista São João não os coloca seguido à toa.

Do pouco faz-se muito. Cinco mil homens reunidos, fora as crianças e as mulheres. Intrigado, Filipe pergunta a Jesus como fariam para alimentar aquela pequena multidão. André apresenta um menino com cinco pães e dois peixes. Com certeza teve gente que duvidou e gente que ironizou.

Há alguns domingos comentávamos na Escola Dominical acerca deste milagre e suas interpretações. A primeira, seria o fato do menino ter dado cinco pães e dois peixes e Jesus ter milagrosamente multiplicado o alimento. A segunda interpretação, seria o fato do menino ter dado cinco pães e dois peixes e Jesus ter milagrosamente, pelo testemunho do menino, movido o coração de todos para que todos dessem o pouco que tinha e do pouco fez-se muito. Não importa qual das duas formas, ou quem sabe até uma terceira, aconteceu. O importante é que do pouco fez-se muito.

Muitas vezes pensamos que o que temos para oferecer a Deus não é nada ou quase nada. Engano nosso. Se realmente dedicarmos a Deus o pouco que temos, ele fará muito. Quando você tem uma tarefa a cumprir e as dificuldades parecem maiores que você, é nesse momento que Jesus vem e nos chama, nos pede aquilo que temos e, se nos dispormos a entregar aquilo que temos, ele dá graças a Deus e reparte o pouco que temos e, quando vemos, o nosso pouco se transformou em muito. Você pode ter apenas uma hora por semana para dedicar a Deus na Igreja, esta uma hora pode se multiplicar em milhares de horas de bênçãos na vida das pessoas. Você pode ter apenas o seu ombro amigo para um colega de trabalho desabafar as mazelas de sua vida, este ombro amigo pode se transformar em milhares de bênçãos na vida dele. Basta você entregar o que você tem a Jesus, seu dom, seu talento, e deixar que ele o transforme.

Do nada faz-se tudo. Após presenciarem a multiplicação do alimento, as pessoas ali presentes reconhecem em Jesus um líder poderoso e querem fazê-lo rei. É quando Jesus se ausenta.

Isto sempre me intrigou. Por que Jesus vai sozinho para o monte? Talvez porque entre os discípulos houvesse a mesma intenção da multidão. Enfim, o fato é que os discípulos entram em um barco para atravessar o lago e, no meio do caminho, são surpreendidos por uma tempestade. Em meio ao desespero da tempestade, Jesus aparece andando por sobre as águas para acalmar a tempestade.

Imagine-se no meio da represa, em um barco balançando de um lado para o outro por causa do vento forte. Não tem onde se segurar, não é mesmo?

Às vezes em nossas vidas passamos por situações de total desespero. Parece não ter onde se segurar. A vontade é fugir, é correr, é até morrer. Não há absolutamente nada que possa nos dar segurança. Nestas horas de aflição, temos que ter a certeza que, mesmo em meio ao nada, Jesus está ao nosso lado para nos ajudar, para nos dar a direção e paz necessárias. Em meio ao nada, ele é tudo.

Diz o texto que ele foi recebido com prazer pelos discípulos. Assim também precisamos receber com prazer a palavra de Deus e a orientação do Espírito Santo em nossas vidas.

Quero concluir convidando você a exercitar o dom da entrega e dom da confiança. O dom de abrir mão do pouco que tem para que Jesus possa fazer mais. O dom de confiar que em meio às dificuldades da vida Jesus está a caminho para nos trazer o alívio.

Que Deus nos capacite a viver confiando em Jesus, entregando a ele o que temos para que ele faça ainda mais em nós, por nós e por meio de nós. Que Deus nos abençoe.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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