segunda-feira, 2 de março de 2009

Perdão que gera perdão
1Pedro 3.18-22

Pois o próprio Cristo sofreu uma vez por todas pelos pecados, um homem bom em favor dos maus, para levar vocês a Deus. Ele morreu no corpo, mas foi ressuscitado no espírito, e no espírito foi e pregou aos espíritos que estavam presos. Estes eram os espíritos daqueles que não tinham obedecido a Deus, quando ele ficou esperando com paciência nos dias em que Noé estava construindo a barca. As poucas pessoas que estavam nela, oito ao todo, foram salvas pela água. Aquela água representava o batismo, que agora salva vocês. Esse batismo não é lavar a sujeira do corpo, mas é o compromisso feito com Deus, o qual vem de uma consciência limpa. Essa salvação vem por meio da ressurreição de Jesus Cristo, que foi para o céu e está do lado direito de Deus, governando os anjos, as autoridades e os poderes do céu.

Estamos na quaresma. Período de reflexão e caminhada com Cristo. A primeira carta de São Pedro foi escrita para cristãos de diversas comunidades que viviam na região onde hoje é a Turquia. Ao longo de todo o texto, São Pedro procura animar aqueles cristãos para que permaneçam fiéis a Cristo.

No trecho que lemos da carta de São Pedro, o apóstolo fala da morte e ressurreição de Jesus, ligando-os ao evento do dilúvio. São Pedro faz alusão ao dilúvio para mostrar aos leitores que esta foi a maneira como Deus usou para separar aqueles que são seus. Diante de uma sociedade corrupta e distante da vontade dele, Deus chama os seus e os separa pelo batismo, por isso São Pedro faz essa analogia do dilúvio, para mostrar que a mesma água que separou os que pertencem a Deus no passado, separava aqueles cristãos e nos separa hoje.

O batismo é um sacramento, ou seja, batizamos por ordem do próprio senhor Jesus. O batismo é sinal visível da ação de Deus, que resgata e sela os seus. Assim, mesmo que passemos por dificuldades, Deus já nos fez seus e temos a garantia da vitória da vida sobre a morte.

Depois deste breve panorama sobre o que São Pedro escreveu àqueles primeiros cristãos, quero compartilhar com vocês um pouco daquilo que este texto diz para nós, cristãos de hoje.

Creio que o maior ensinamento deste texto que lemos é o de que Cristo sofreu uma vez por todas pelos pecados. Esta é uma verdade da qual você e eu não podemos nos esquecer. Todo e qualquer erro tem seu perdão. Como diz o compositor Paulinho da Viola: todo pecado um dia tem seu perdão. E ele está certo. Todo o pecado que cometemos encontra o perdão de Deus em Cristo Jesus a todo o tempo. De uma forma definitiva, e fora da linha do tempo, Jesus nos resgatou, sofrendo de maneira única e eficaz por nossos pecados.

Isto nos ensina que a todo instante podemos recorrer a misericórdia e ao perdão de Deus. De uma maneira similar, nos ensina que devemos estar aptos a exercer o perdão a todo instante e em qualquer situação. Não podemos carregar as mágoas por nossas vidas.

Esta semana, conversava com minha esposa sobre o estar preparado, que todo cristão deve estar, ou seja, de uma hora para outra, à seu tempo, Deus nos chamará. Será que estamos preparados para este encontro? O que é o estar preparado senão o estarmos em dia com nossos relacionamentos? Ou seja, será que se Deus me chamar hoje eu deixo mágoas e problemas, ou deixo bênçãos e o exemplo de um relacionamento com o meu próximo baseado em Cristo? É por isso que Jesus nos pede que sejamos alerta, para que amemos o nosso próximo. É por isso que São Pedro relembra aos primeiros cristãos que Jesus morreu de maneira eficaz por nossos pecados, independente se somos bons ou maus, ele nos ama, apesar de sermos como somos, apesar de nossos erros.

Hoje, o convite de Jesus é para amarmos e perdoarmos, é para olharmos para seu exemplo, que sem ver o tamanho do nosso erro, suportando o peso do nosso erro, nos amou e nos ama, e morreu por nós.

Estejamos firmes, certos de que Deus nos perdoa em Cristo e que nós também devemos perdoar.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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