Como evitar conflitos no trabalho, se destacar durante a crise e crescer quando ela passar
Por MURILO OHL E RENATA AVEDIANI. Adaptaçao para publicação em partes por GIOVANNI C.A. DE ARAÚJO
A pesar de engraçado, o desenho que ilustra a matéria mais se assemelha a uma representação do inferno corporativo. É o chefe tentando puxar o tapete do colega de equipe; o gerente que quer dar um murro nas fuças da diretora, por não conseguir alinhar com ela as metas para o trimestre; o analista que, observando todo esse caos, não vê a hora de a sexta-feira chegar, para descer a serra rumo à praia; e a assistente que, diante de tudo isso, só pensa em procurar um emprego novo. Pois é, o desenho é um esboço do que pode vir a ser o seu dia-a-dia este ano. Estamos diante de uma das maiores crises econômicas da história. O impacto dela sobre as empresas ainda é incerto. Já o seu efeito sobre os nervos das pessoas é imediato. “A crise desperta o medo de perder o emprego e isso leva os profissionais a adotar atitudes defensivas”, diz o professor Joel Dutra, coordenador do Programa em Gestão de Pessoas, da Fundação Instituto de Administração, de São Paulo.
Mas não é só isso. Mudaram também as regras do jogo e aumentou a pressão sobre os altos executivos — vice-presidentes e diretores. Isso torna a cobrança maior nos níveis abaixo dos cartolas. As avaliações de desempenho, antes feitas de forma descontraída e até displicente, visto que os resultados eram quase sempre garantidos, agora ficam bem mais sérias. Daqui pra frente, é bom ser muito específico ao justificar uma meta não atingida. Diante desse quadro, os conflitos emergem com mais facilidade. “Perde-se a descontração e o escritório pode virar um barril de pólvora”, diz o professor Joel. Se deixar contaminar pela tensão que está no ar, pode ser uma terrível armadilha para a sua carreira.
Por isso, mapeamos as situações mais críticas que podem aparecer nesse cenário em que tudo está de pernas para o ar. A reportagem de Você S/A ouviu 23 executivos, especialistas do mercado, acadêmicos, consultores e headhunters para entender qual o impacto dos fatores externos sobre o ambiente de trabalho e de que forma as pessoas reagem em momentos de incerteza. Cruzamos o resultado dessas entrevistas com as histórias que os internautas nos enviaram ao longo do último mês, relatando como a crise está afetando o cotidiano nas empresas em que eles trabalham. Assim chegamos às 20 situações mais desafiadoras nesse cenário (confira aqui). A partir delas, apresentamos — junto com os especialistas ouvidos pela reportagem — 56 atitudes que farão você atravessar bem este período de incertezas, superando os dramas e saindo ainda mais forte quando a poeira baixar.
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