terça-feira, 1 de julho de 2008

Não lidere com seu Ego

por John Baldoni
via CIO

Um grande ego pode ser um problema quando se trata de liderança. Aqui está uma forma de tirar o seu do caminho e focar no bem da empresa

Por que as organizações falham? Essa é uma questão que professores usam para provocar estudantes a responderem por que uma empresa não segue a diante. Uma razão que Ram Charan, autor e consultor reconhecido mundialmente, aponta – e ele tem se debruçado sobre o assunto com afinco – é que são falhas de execução. As companhias sonham grande, mas o resto da organização nunca abraça o projeto e ele falha.

Enquanto a execução é a razão central, acredito na existência de outra, talvez mais profunda e subterrânea: o ego.

Vamos olhar para dois exemplos. Donald Rumsfeld, ex-secretário de defesa dos EUA, usou seu poder para gerenciar a guerra do Iraque. Apesar de seu poder, as mudanças que ele pregou nunca foram aplicadas. Como resultado, ele foi destituído em novembro de 2006 após os republicanos perderem o controle do congresso. Enquanto isso, a guerra continuou.

Algo similar ocorreu com o Citigroup, uma das maiores instituições financeiras do mundo. Como reportado pela revista Fortune, alguns dos erros foram provocados por tropeços dos CEOs, de Walter Wriston passando por John Reed e Sandu Weill. Cada um deles foi um gerente talentoso, mas determinaram metas muito altas. Como resultado, o Citigroup sofreu.

Refletir antes de tomar decisões críticas pode evitar alguns erros e decisões ruins. Então antes de agir, pergunte-se três coisas:

Por que estou fazendo isso? Líderes querem colocar sua marca nas organizações. Querem que a liderança seja sentida. Isso é bom, mas algumas vezes essa pressão pode levá-los a tomarem decisões que são mais sobre si mesmos do que sobre a companhia.

Eles estão mais decididos a ver o próprio nome na capa de um periódico de negócio que a praticar certo gerenciamento. O último presidente do Turkmenistão, Saparmurat Niyazov, mandou os nomes do calendário serem mudados em homenagem a ele e sua família. Egos fora de controle podem ser expansivos e é sábio perguntar por que a si mesmo antes de tomar uma ação. Fazer algo para o seu Ego é inaceitável.

Qual será o retorno? Puxar o crescimento ou fazer uma nova aquisição pode puxar a companhia além de sua capacidade. Pode atrapalhar sua habilidade de se manter competitiva. Além disso, líderes sêniores precisam pensar se e quando a meta ou o retorno é alcançável, assim como sustentável. Vez e outra aprendemos com companhias que se puxam demais para atingir as metas do mercado financeiro. Tudo se torna volume ao invés de rentabilidade; recursos extras são aplicados para elevar a participação de mercado. Enquanto as ações sobem, o custo em dólares – assim como recursos extras e em recursos humanos – é geralmente muito alto para justificas o aumento do volume.

As pessoas vão suportar? Aqui está o ponto onde muitos líderes erram. Eles costumam apontar as empresas para novas aventuras sem checar duas coisas. Primeiro, temos as pessoas para fazer acontecer? E o time suportará esse esforço adicional?

Ter as pessoas certas nos lugares certos é uma parte importante da equação; pode requerer treino e desenvolvimento assim como a contratação de pessoas. Se os funcionários não entendem as razões por quais devem fazer as coisas diferentes ou de uma nova forma, eles não farão. A resistência pode minar muitas iniciativas. Os líderes de TI sabem o preço da mudança mais do que a maioria, já que são os responsáveis por implementações de sistemas e atualizações, as quais desagradam muitos funcionários.

Não erre: Ego é um componente vital da liderança. O ego coloca aço na espinha e é fundamental para fazer as coisas acontecerem. O ego valioso para a auto-definição. Sem ele, um líder não daria direcionamentos porque pensaria que outros poderiam fazer o trabalho melhor. O ego é essencial.

Ao mesmo tempo, o ego pode ser uma porta para a sabedoria que diz, “espere um minuto. Por que você está fazendo isso? Prestando atenção na resposta, mesmo quando frustra a expectativa de outros – e mesmo sua própria expectativa – é importante. Ouvir e agir de acordo com essa voz que vem de dentro de você é também uma das grandes marcas da liderança.

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