sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Epifania: a manifestação de Jesus
São Mateus 2.1-12

Estamos, segundo nosso calendário litúrgico, num domingo especial, de festa para a Igreja. Trata-se do domingo da Epifania do Senhor. Um domingo onde trazemos à memória a revelação de Jesus ao mundo na ocasião da visita dos magos do oriente a Belém.

Em Belém, cumpre-se a profecia de Miquéias 5.2: E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.

De Belém vem o Messias, para remissão da humanidade. Em Belém Jesus é apresentado, primeiro aos pastores, possivelmente judeus, depois aos magos do oriente, não judeus. Estes trazem presentes para o menino. Menino pois, possivelmente, encontraram um menino por volta de um ano de idade. Dentre os presentes que trouxeram temos ouro, que segundo a tradição dos patriarcas da Igreja, simboliza a divindade; incenso, que segundo a mesma tradição, simboliza pureza e mirra, que segunda a mesma tradição, simboliza a morte, pois é usada para embalsamar um corpo. Três presentes significativos: Jesus, o filho de Deus (ouro), não pecou (incenso) e morreu por nós (mirra). Nos três presentes o resumo da vida de Jesus

Mas o que este episódio da Epifania tem a nos dizer? Vamos nos deter neste episódio com atenção e perceber que Jesus manifesta-se a cada um de nós

Ao recordarmos o episódio da vinda dos três magos do oriente para conhecer Jesus, devemos nos lembrar que Jesus se manifestou a eles e também se manifesta a nós.

Jesus deseja que cada um de nós tome consciência plena de sua existência. Muitas vezes lemos a Bíblia, freqüentamos a igreja, participamos das atividades da Igreja, mas nossa vida não reflete a vida de quem conhece Jesus. Neste dia em que recordamos a Epifania, devemos recordar que Jesus deseja estar conosco todos os instantes de nossa vida. Não apenas nos momentos de leitura da Bíblia, de oração, de culto, de atividades da Igreja. Jesus deseja estar conosco, a frente de nossas vidas, nos problemas em nosso lar, nas dificuldades no trabalho, nos relacionamentos com nossos próximos, com a nossa família. Ao mostrar-se ao mundo, Jesus revela sua divindade, sua origem divina, e assim nos mostra que ele é o único capaz de nos fazer caminha na vontade de Deus. Esta é a maior revelação que temos nesta data tão especial: Jesus nos faz cumprir a vontade de Deus

Jesus manifesta-se a cada um de nós para juntos possamos mostrar que Jesus manifesta-se ao mundo

Algo que nos chama muita atenção nesta passagem de São Mateus é o fato de pessoas não judias virem de encontro a Jesus. Sabemos, pelo relato de São Lucas 2.15ss, que os pastores, possivelmente judeus, foram os primeiros a chegar e a ver o menino Jesus recém nascido. Porém, no relato de São Mateus, vemos três magos, vindos do oriente, de fora da Judéia, trazendo presentes para Jesus. Três pessoas não judias nos revelam algo importante: o caráter universal da vinda de Jesus. Jesus não veio para salvar apenas os judeus, veio para salvar a humanidade, e a visita dos magos do oriente nos mostra que o mundo se prostra diante do Rei.

O que isto tudo tem a ver conosco, Igreja de Cristo no século XXI? Tudo! Temos, muitas vezes, a pretensão de achar que somos detentores do Evangelho, donos da palavra de Deus. Vemos igrejas dizendo-se as únicas detentoras do verdadeiro evangelho. Vemos líderes dizendo serem os únicos verdadeiros seguidores de Cristo. Mas o que a Epifania de Jesus nos mostra é que a Igreja deve ser um instrumento de promoção da mensagem de Jesus. Ela deve ser a estrela que guia o povo a Jesus. Ela deve ser o instrumento vivo para a manifestação de Jesus ao mundo. Ela não pode ser empecilho, não pode ser obstáculo, não pode colocar obstáculos para que as pessoas se acheguem a Jesus, mas deve ser a Estrela a brilhar constantemente no céu a indicar ao mundo que o Messias nasceu. Que há soluções para os problemas da nossa vida. Que há uma maneira de fazermos diferente tudo o que fizemos até hoje. Que o amor existe e é possível viver em amor. Que a paz verdadeira não é o que nos mostram na TV, mas sim a paz que Jesus dá. É preciso apontar Jesus para o mundo.

Concluindo, como cristãos, somos chamados a mostrar Jesus nas nossas vidas. Seja no nosso dia-a-dia, nos nossos relacionamentos, nas nossas dificuldades, nas alegrias e nas tristezas.

Como cristãos, somos chamados a mostrar Jesus ao mundo, mostrando ao mundo que há uma maneira de se viver diferente do que temos feito. Que podemos melhorar, e muito, as nossas vidas, se nos prostrarmos diante de Jesus.

Vinde, adoremos o menino! Vinde, prostremo-nos diante dele! Que Deus nos abençoe.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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