O trecho que ouvimos abrange importantes aspectos da missão de Jesus. Passagens ricas teologicamente que nos levam aos pés de Deus. Destes quatro capítulos do Evangelho de São Mateus, quero destacar a participação de uma personagem por quem tenho uma admiração especial, o apóstolo São Pedro. São Pedro me fascina pelo fato de ser um homem simples e determinado, tão determinado que nos parecer, por vezes, fanático, por vezes nervoso.
São Pedro foi um homem convicto.Este homem simples, determinado, foi um homem convicto. Ao perguntar aos seus discípulos sobre quem ele era, Jesus ouve de Pedro a resposta Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (São Mateus 16.16 ARA) O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo. (São Mateus 16.16 NTLH)
Uma resposta convicta e cheia de certezas. Certezas de um homem que convivia diariamente com Jesus.
São Pedro foi um homem de momento.Mas essa convicção de Pedro muitas vezes o fazia ser imediatista. Ele viveu intensamente cada momento, a ponto de, no monte da transfiguração, querer prolongar aquele instante: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. (São Mateus 17.4 ARA) Como é bom estarmos aqui, Senhor! Se o senhor quiser, eu armarei três barracas neste lugar: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias. (São Mateus 17.4 NTLH)
Pedro, um homem convicto e de momento, que aproveitava e queria prolongar os momentos de alegria e júbilo. Ser convicto não é deixar de ter dúvidas. E algo que sempre me chamou atenção em São Pedro foi a sua disposição em sempre perguntar.
São Pedro foi um homem questionador.O que mais me admira nesse aspecto de Pedro, é o fato dele questionar princípios seus, como no caso da pergunta sobre o perdão.
Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? (São Mateus 18.21 ARA) Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes? (São Mateus 18.21 NTLH)
São Pedro havia aprendido sobre o perdão na lei, mas diante de tudo o que vivia ao lado de Jesus, precisava ouvir dele sua interpretação sobre este tema, ele não teve receio em perguntar.
São Pedro foi um homem com uma missão.Por fim, São Pedro questiona também sobre seu futuro. Ele não estava ali com Jesus e mais onze à toa, sem um propósito firme. Por isso ele questiona a Jesus sobre o futuro, ele queria entender sua missão.
Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós? (São Mateus 19.27 ARA) Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor. O que é que nós vamos ganhar? (São Mateus 19.27 NTLH)
São Pedro buscava entender sua missão, buscava compreender o que estava fazendo ali naquele grupo.
Depois destes quatro aspectos, podemos então resumir que São Pedro foi um homem convicto, de momento, questionador e com uma missão. Nada disso fez de São Pedro um super homem e nenhum desses aspectos foram capazes de impedir que São Pedro negasse a Jesus. Mas tudo isso fez São Pedro ser um homem do seu tempo, um homem que teve sua história mudada por Jesus.
Hoje, olhando para as nossas vidas, somos homens e mulheres com histórias e características próprias, e todas elas podem e são usadas por Deus. É preciso permitir e se dispor a isto. São Pedro foi transformado em sua vivência com Jesus e, posteriormente, na vivência com o Espírito Santo. Mesmo sendo um homem convicto, de momento, questionador e com uma missão, ele foi transformado e usado por Deus. Conosco não é diferente, podemos ser transformados e usados por Deus. Mas transformação e disposição não surgem do nada, Deus vai nos moldar e ser moldado por Deus dói, pois é negar-se a si mesmo:
Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. (São Mateus 16.24) Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. (São Mateus 16.24 NTLH)
É preciso estar disposto a morrer a morte de Jesus para caminhar ao lado de Deus. Não é fácil, mas é a nossa missão como cristãos, seguidores de Cristo. Vamos nos dispor. Que Deus nos abençoe.
Rev. Giovanni Alecrim
Sermão proferido no culto semanal da Sociedade Bíblica do Brasil em 23 de julhos de 2009.
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