segunda-feira, 24 de maio de 2010

A morte de Jesus

São João 19.28-30

A vida chega ao seu fim. Após 33 anos de junto aos homens, faleceu hoje na cidade de Jerusalém, Jesus de Nazaré, filho de José, carpinteiro, e Maria.

Jesus era um homem diferente: sábio no falar, prudente no agir, conversava com pobres, pescadores, pecadores, prostitutas e cobradores de impostos. Fala com autoridade das Leis e dos Profetas. Um homem diferente.

Este homem diferente experimentou, nos instantes finais de sua vida, pendurado no madeiro, duas sensações diferentes.

A primeira, segundo São João, foi O gosto amargo do vinagre. O gosto amargo da solidão foi a última sensação de Jesus, mas o último gosto que Ele sentiu foi o do vinagre.

O vinagre aparece em nove oportunidades na Bíblia. Cinco delas no relato da morte de Jesus. Em Números 6 o vinagre é listado com uma das bebidas a serem evitadas quando do voto Nazireu. O autor do Salmo 69 usa o vinagre para demonstrar como sua vida estava angustiada e cada vez piorava. Em Provérbios temos mais duas menções ao vinagre. Na primeira é usado para descreve quão amargo e doloroso pode ser. Na segunda descreve a dor de quem deve se alegrar na tristeza.

Estas imagens do vinagre na Bíblia nos fazem compreender do por quê dele no Calvário: momento de abstenção de todos os benefícios terrenos (Nm. 6), angustia e solidão ao extremo e cada vez pior (Sl. 69), gosto amargo e difícil de suportar, assim como a cruz, que traria alegria depois de 3 dias. Não podíamos esperar que Jesus estivesse sorrindo sobre a cruz pelo fato de saber o que lhe aconteceria, não, ele sofria a rejeição do mundo e a rejeição do Pai, experimentava o gosto amargo de um vinagre simbólico e real: angustia, sofrimento, solidão e amargor na boca.

Jesus provou do vinagre liquido, mas principalmente, do vinagre simbólico, esta foi uma das últimas expressão de Jesus na terra: o gosto amargo do vinagre para mostrar a dimensão de sua dor.

Mas além da amargura do vinagre ele morreu com a >Certeza do dever cumprido: Está Consumado. Após sentir o gosto amargo do Vinagre, Jesus declara: “Está consumado!”. Tudo se completara naquele instante. Sua vida e ministério na terra encontrara o ápice na cruz do calvário. A obra da criação encontrava sua remissão naquele instante de dor e morte. O pecado via a sua derrota naquela morte.

Quando olhamos para nós hoje, sexta-feira da Paixão, com certeza há muito mais a contemplar e meditar do que propriamente cultuar. Com toda certeza a cruz com o cristo pendurado, tão rejeitada por nós diariamente, encontra sua importância máxima no dia de hoje. Uma sexta-feira especial pois o evento de hoje é diferente, não celebramos o Cristo, mas sim contemplamos a Jesus morto. É o fim da vida. Uma vida dedicada ao Senhor, uma vida entregue aos necessitados e carentes do amor de Deus, uma vida consagrada que chega ao fim na cruz.

Diante dessa imagem de Jesus no madeiro, diante da morte de Jesus é que devemos refletir sobre nossas vidas: será que temos vivido de forma digna como Jesus viveu? Será que temos andado diante do Senhor conforme sua vontade? Será que todo dia podemos ter a certeza que cumprimos nossos objetivos como filhos de Deus?

Concluindo. Jesus experimentou a morte de maneira cruel e sanguinária. Nos últimos instantes de suas vidas, experimentou o gosto do vinagre, lembre-se, este foi o último sabor que Jesus levou consigo da terra. Como última palavra ele nos deixou a síntese de sua vida: Consumado! Tudo consumado está na cruz de Jesus! Meditemos até domingo.

Rev. Giovanni Alecrim

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