segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Reconhecendo a Deus como senhor
1 Timóteo 1.14-17

Nova Tradução na Linguagem de Hoje
14 E o nosso Senhor derramou a sua imensa graça sobre mim e me deu a fé e o amor que temos por estarmos unidos com Cristo Jesus. 15 O ensinamento verdadeiro e que deve ser crido e aceito de todo o coração é este: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior. 16 Mas foi por esse mesmo motivo que Deus teve misericórdia de mim, para que Cristo Jesus pudesse mostrar toda a sua paciência comigo. E isso ficará como exemplo para todos os que, no futuro, vão crer nele e receber a vida eterna. 17 Ao Rei eterno, imortal e invisível, o único Deus — a ele sejam dadas a honra e a glória, para todo o sempre! Amém!

Almeida Revista e Atualizada
14 Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. 15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. 16 Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna. 17 Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!

Paulo escreve ao jovem Timóteo, deixado em Éfeso para pastorear a comunidade dos cristãos ali estabelecidos. Em sua carta, Paulo procura apresentar a Timóteo elementos que fundamentem sua ação cristã diante da comunidade.

No trecho que lemos, temos algumas palavras que são chaves para compreendermos a nossa missão como cristãos: graça, fé, amor, salvação, misericórdia, honra e glória. Em poucas palavras o apóstolo Paulo apresenta a Timóteo um panorama de como os cristãos devem viver. Devemos reconhecer a graça de Cristo, reconhecer que Cristo veio para salvar, reconhecer a misericórdia de Deus e o senhorio de Deus sobre as nossas vidas.

Como cristãos, somos chamados a reconhecer a graça de Cristo. Como cristãos precisamos reconhecer que Deus olha para nós e derrama toda a sua graça por meio de Cristo Jesus. Esta graça é o que nos dá a fé e o amor que geram união entre nós.

A fé nos une na medida que somos capazes de olhar para o nosso próximo e crer que é possível que ele mude. Mas também nos une na medida que somos capazes de olhar para nós mesmos e reconhecermos que somos capazes de mudar e ser melhores. Lembro-me sempre da canção de Wilson Simoninha nessa hora: eu sou capaz de ser muito melhor, sei que sou. E de fato somos. A fé que Deus nos dá por meio de Jesus é que nos capacita a crer que é possível mudar o impossível. Exercitar a fé é olhar para aquela situação impossível e ver nela a possibilidade de mudança, é olhar para o deserto de nossas vidas e relacionamentos e ver que neles é possível brotar vida.

Da mesma forma que a fé, o amor nos une. Amor que nos une com Jesus é também o amor que permanece em nós e não nos faz desistir de amar nosso semelhante. Precisamos aprender a amar incondicionalmente nosso próximo, a amar sem medida àqueles que nos agridem, que são contra nós. O amor é capaz de transformar as nossas vidas e de também transformar a vida de nosso próximo. Para isto, é preciso reconhecer que a graça de Deus por nós nos dá, por meio de Jesus, fé e amor. Esta fé e este amor deve produzir a união entre os cristãos.

Diante da fé e do amor, graciosamente derramado por Deus por meio de Jesus, como cristão precisamos reconhecer que Cristo veio salvar os pecadores. Não podemos jamais pensar que somos sem pecados. O apostolo Paulo toma o cuidado de registrar a Timóteo que ele mesmo é o principal dos pecadores. Nós somos os principais pecadores. Sim, nós, membros da Igreja, membros do Corpo de Cristo, cristãos convictos de nossa fé somos os principais pecadores que existem sobre a face da terra. Não há pecadores maiores que nós. Pensem na pessoa mais desregrada e corrupta que você conhece. Nós somos mais pecadores que esta pessoa.

Por que? Você deve se perguntar. Por que os cristãos são os maiores pecadores? Não deveriam eles ser os mais santos? Somos os maiores pecadores pois temos consciência de nosso pecado. Temos consciência do que Deus quer de nós. Antes de sermos chamados por Deus, vivíamos uma vida de alienação à vontade de Deus. Hoje não, hoje sabemos o que devemos fazer, como devemos viver, e ainda assim você e eu, insistentemente, muitas vezes cometemos os mesmos erros. O que diferencia um cristão do não cristão é que o cristão tem consciência de seu pecado, e o não cristão não tem. Por isso não devemos julgar, sequer condenar ninguém, mas antes crer, ter fé, na transformação do ser humano e amar a humanidade.

Esta consciência, deve vir firmada na certeza de que devemos reconhecer que a misericórdia de Deus é que nos mantêm firmes e vivos. Saber que somos pecadores não deve nos levar a uma vida entregue ao erro, mas antes uma vida de transformação constante na presença do Senhor. Por isso contamos com a misericórdia de Deus. O amor de Deus por nós é que nos faz ver e compreender a dimensão da nossa fé e do nosso amor. O amor de Deus por nós deve ser o parâmetro para o nosso amor ao próximo. Reconhecer a misericórdia de Deus nas nossas vidas é reconhecer que ele é o único capaz de nos transformar de principais dos pecadores a redimido pelo sangue do cordeiro.

Este reconhecimento da misericórdia de Deus deve ser vivido, experimentado a todo instante, guardado em nosso coração e expresso em atitudes e palavras para que, nas palavras do próprio Paulo, nosso testemunho fique como exemplo para todos os que, no futuro, vão crer nele e receber a vida eterna. Ou seja, nossa fé e amor devem refletir a misericórdia e a graça de Deus em nossas vidas, sem as quais não estaríamos vivos, seríamos consumidos por nossos erros.

Daí a importância de reconhecer quem é o senhor das nossas vidas: Deus. A ele deve ser dada a honra e a glória. Não devemos chamar para nós ou atribuir a quem quer que seja os méritos da mudança de nossas vidas ou da vida de nossos queridos. Deus é quem, por meio de Jesus e tendo como instrumento os que nos são próximos, promove sua santa vontade. Por isso devemos render a ele honra e glória, para todo o sempre! Ele é o senhor de nossas vidas, não o contrário. Ele nos têm em suas mãos, ele sabe o que é necessário para nossas vidas. A Deus toda honra, não ao pastor, ou ao líder da Igreja. A Igreja precisa aprender a voltar seus olhos para Deus. Deus é digno de honra e louvor, ele é o senhor da Igreja!

Concluindo. Somos chamados por Deus para experimentarmos sua graça e misericórdia, a viver uma vida de fé e amor ao próximo, reconhecendo que somos pecadores, os maiores do mundo, e dedicando nossas vidas a confiar na misericórdia de Deus e crer que ele é capaz de mudar nossas vidas. A Deus toda honra e toda a glória, para todo sempre, amem! E que Deus nos abençoe.

Rev. Giovanni Alecrim

Este sermão é parte de uma série de sermões que serão ministrados ao longo deste ano tendo como base as cartas pastorais

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