Belém
Jonathas Serrano (1855-1944)
Fins de dezembro. A noite é fria.
Pesa um silêncio triste, enorme
Por sobre a terra, que sorria
À luz do Sol. E tudo dorme.
O luar, agora, álgido, escorre
Pelas campinas. Vales, montes
Dormem. Apenas vela e corre
A água do rio, a água das fontes.
Velam também os pegureiros.
Guardam, fiéis, os seus rebanhos.
E esses zagaes, rudes, grosseiros,
À luz do luar tornam-se estranhos.
Olhando o céu (que noite linda!)
Falam com toda a gravidade
Desse Messias, cuja vinda
Espera ansiosa a humanidade.
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