quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Dia de Ação de Graças
São Mateus 6.25-33

O primeiro dia de Ação de Graças foi celebrado por cristãos calvinistas de Plymouth, Massachusetts, EUA, no outono de 1621. Em 1620 um inverno rigoroso e uma péssima safra fizeram com que os colonos passassem por sérias dificuldades. Já em 1621, a safra de milho foi tão boa que os cristãos, por ordem do governador da vila de Plymouth, organizaram uma festividade para celebrar e agradecer as colheitas. Uma festividade que uniu o povo em torno de mesas grandes e fartas. Uniu inclusive os índios que habitavam próximo a Plymouth e atenderam ao convite para a festa. O dia de Ação de Graças surgiu para celebrar a providência e o sustento de Deus.

Hoje quero falar sobre o significado deste dia para nós. Um dia para lembrarmos da gratidão. Somos um povo acostumados a pedir mais do que agradecer. Conhecemos todas as nossas necessidades, mas se pararmos para listar as nossas conquistas e vitórias, nossos bens materiais, emocionais e espirituais, com certeza encontraremos dificuldades em listá-los tão rápido quanto listamos nossas dificuldades. Basta uma conversa informal em uma fila que rapidamente ouvimos e falamos das nossas dificuldades mais que das boas coisas de nossa vida. Temos em nós a tendência de Hardy: Eu sei que não vai dar certo! Ó vida, ó céus, ó azar! Nossas vidas são cheias de problemas, mas não enxergamos as bênçãos.

O texto do Evangelho que lemos nos fala a respeito de dependermos de Deus, mais que isso, de confiarmos nele. Uma dependência extremada, levada às necessidades básicas do ser humano. Comida, bebida, roupas. Manter o corpo forte e saudável e ter o que vestir. Era o básico no tempo de Jesus. É o básico em nossa sociedade também. O que Jesus pede é que confiemos em Deus. Ele nos sustenta. Ele sabe as necessidades que passamos. Hoje, talvez, você tenha acordado a sua mesa de café da manhã não foi igual à mesa que você viu na novela na noite anterior. Mas tenho certeza que você se alimentou. Quando você foi pegar uma roupa para vestir, você tinha uma roupa para se vestir. Não lhe faltou o básico hoje. E se a sua refeição não foi aquela da TV e nem sua roupa é aquela que você viu na vitrine, não se queixe, ainda assim, não lhe faltou o básico.

Jesus nos ensina a confiar em Deus e dependermos dele. Lá em Plymouth, naquele ano de 1620, a escassez de alimento por conta de uma safra ruim foi o estímulo para aquele povo confiar em Deus e trabalhar, certos de que a colheita da próxima safra seria abençoada. Eles se ocuparam com o que tinha que se ocupar: plantar, cuidar da terra e colher. O mais, Deus lhes acrescentou. Nós, muitas vezes, andamos preocupados com aquilo que não compete a nós nos preocuparmos. Preocupo-me com o problema no meu casamento, com o problema no meu trabalho, com o problemas na minha família mas não me preocupo em dedicar a minha vida ao Senhor para que ele transforme o meu casamento, o meu trabalho e a minha família. Preocupo-me com o meu problema, não em solucioná-lo. O que eu tenho feito para dedicar ao Senhor meu Deus a minha vida para solucionar os meus problemas? Será que tenho agido como o Hardy, apenas me lamentando pelas situações? Ou tenho confiado e esperado no Senhor para que passe o outono, venha o inverno rigoroso, mas na primavera a terra ressurja com força o suficiente para brotar a vida, ou seja, tenho confiado em Deus o suficiente durante as dificuldades da minha vida para que nas bênçãos eu festeje e celebre a alegria de ser abençoado?

O dia de Ação de Graças foi instituído para que o povo não se esquecesse que Deus provê ao ser humano o necessário para viver. Ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus. Como cumprir esse ensino de Jesus? Tarefa difícil. Não pensem vocês que eu sei fazê-lo integralmente em minha vida, eu não sei, eu também erro, eu também sou mesquinho, penso primeiro em mim. Mas o que Jesus pede é que eu olhe para minha vida e em todos os momentos coloque o Reino de Deus em primeiro lugar. Isso quer dizer que Jesus me pede que eu ame a mim mesmo, mas que eu ame o meu próximo com a mesma intensidade com a qual eu me amo. Que eu ame a Deus acima de todas as coisas, a ponto de viver e morrer por ele. Que eu não coloque nada entre mim e Deus, que Deus esteja sempre na minha vida em todos os momentos. Nas dificuldades, nas facilidades, nos sorrisos, nas lágrimas, nos momentos de desânimo e nos momentos de motivação. Jesus pede que coloquemos o Reino de Deus em seu devido lugar em nossas vidas: à frente de tudo.

Hoje é o dia de festejarmos com gratidão ao nosso Deus. Um dia para, com festa, agradecermos a Deus o que ele tem feito por nós. Isso não quer dizer que só somos gratos hoje, devemos agradecer a todo instante pelo que Deus tem feito em nossas vidas. Temos que colocar o Reino de Deus em primeiro lugar e assim compreendermos que uma vida de gratidão é o combustível para uma vida em transformação. Para sermos santos, é preciso transformarmos nossas vidas. Só transformaremos as nossas vidas, se nos arrependermos de nossos erros e olharmos para Deus e o colocarmos como prioridade em nossas vidas. Priorizar a Deus, é priorizar a vida, o amor a si, o amor ao próximo. Priorizar a Deus é ser servo grato, fiel e dedicado.

Dediquemos nossas vidas ao nosso Deus. Coloquemos em primeiro lugar o seu Reino e todas as demais coisas nos serão acrescentadas no devido tempo. Que Deus nos abençoe. Obrigado Senhor, por tudo o que tens feito por nós.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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