segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cada vez mais criança
São Marcos 10.13-16

O texto que acabamos de ler me faz lembrar de situações inusitadas que já vivi em todos esses anos de cristão. Lembro-me do Zé, um senhor que sempre aparecia no culto da Igreja embriagado e os diáconos tratavam logo de colocá-lo para fora do templo. Lembro-me também das inúmeras vezes em que vi diáconos e diaconisas torcerem o nariz para as roupas nada convencionais de um grupo de adolescentes que iam a Igreja. Lembro-me da vez em que barraram o pregador da noite na porta de uma Igreja por que ele não usava gravata. Enfim, poderíamos passar horas aqui trazendo à memória situações inusitadas.

Quis fazer menção a estas situações para demonstrar que, dois mil anos depois, nós, discípulos de Jesus, ainda agimos como os primeiros discípulos. Barramos e discriminamos aqueles a quem Jesus acolhe. Não quero com isso dizer que temos que aceitar tudo, mas sim que temos que abraçar a todos, sem discriminação. Não importa de o velho conhecido embriagado ou os adolescentes de roupas esquisitas. Tanto faz, quando Jesus diz aos discípulos “quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele” Jesus afirma que não é para nos prendermos às convenções sociais. Criança gosta de criança. Brinca com qualquer criança. Nós, adultos, é que fazemos distinção. Portanto, não podemos ser assim, devemos aprender com as crianças a tratarmos todos de igual modo, abraçar a todos.

Quero concluir convidando você a refletir sobre a importância que damos a determinados valores em nossas vidas. O que você considera precioso, muitas vezes, é banal. A nossa sociedade nos condiciona a pensar em quantidade e aparência, não está interessada naquilo que o outro pode nos acrescentar como pessoas. Uma criança se relaciona com a outra para brincar, com o que tiverem em mãos. Alguns de nós nos esquecemos disto, que somos chamados a nos relacionarmos com o nosso próximo da maneira que somos, com o que temos. Deus não exige de nós nada além do que nosso coração disposto a amar o próximo como amamos a nós mesmos. Assim, poderemos receber os pequenos, seja na estatura, seja na fé, e sermos bênção na vida destes.

Que Deus nos abençoe e capacite a sermos cada dia mais crianças.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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