terça-feira, 15 de setembro de 2009

Soneto
Leonor de Almeida Portugal (Marquesa de Alorna) (Portugal 1750 – 1839)

Este ser que me deu a natureza,
Vai desorganizando a enfermidade;
Sinto apagar da vida a claridade
Doma as corpóreas forças a fraqueza

Vai crescendo em minha alma a fortaleza
Quanto cresce do mal a intensidade;
As portas áureas me abre a Eternidade,
E lá cessam cuidados e tristezas.

Vou amar quem somente é amável
Em oxigêneas luzes abrasar-me
Nunca errar, nem temer gente implacável

Vou nos jardins celestes recrear-me
E no seio de um Deus justo, adorável,
A tudo o que me falta associar-me.

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