Somos de Deus, seguimos a Jesus
São João 6.56-69
No texto que lemos, ainda reflexo da declaração de Jesus sobre ser o pão da vida, lemos duas frases que me chamam profundamente a atenção, a primeira é a repetição de que Deus nos chama para si. A segunda é a pergunta de São Pedro sobre a quem seguir se não a Jesus. Estas duas frases me chamam a atenção, pois são os aspectos da realidade da obra salvadora de Deus. Deus faz sua missão resgatando a humanidade, chamando-a para si e aponta para Jesus como modelo de ser humano.
Deus nos chama para si. O Catecismo Maior de Westminster, ao falar da vocação eficaz nos apresenta a seguinte definição:
Vocação eficaz é a obra do poder e da graça onipotente de Deus, pela qual (do seu livre e especial amor para com os eleitos, e sem que nada neles o leve a isso) ele, no tempo aceitável, os convida e os atrai a Jesus Cristo, pela sua Palavra e pelo seu Espírito, iluminando o entendimento deles de uma maneira salvadora, renovando e poderosamente determinando a vontade deles, de modo que, embora em si mortos no pecado, tornam-se, por isso, prontos e capazes de livremente responder à sua chamada e de aceitar e abraçar a graça nela oferecida e comunicada.
Creio não haver melhor entendimento para o verso 57 que a expressão do Catecismo. Somos feitos de Deus por obra de seu poder e independente de nossa condição de mortos no pecado. Aliás, segundo o entendimento do Catecismo, é justamente por estarmos mortos em nossos pecados que somos capazes de responder ao chamado de Deus.
Deus nos faz dele e nos chama para sermos dele. Ele escolhe, não a Igreja, nem o pastor, nem você, nem eu, nem ninguém senão Deus. Ele chama para si os que são seus. Nós não respondemos pela salvação de ninguém. Quantas vezes já não ouvimos por aí de pessoas que se julgam pecadoras demais para ir para o céu? Ou de pessoas que acham que, por que erraram, nunca mais entrarão no céu? Quero dizer a você que existem outros assuntos para nos preocuparmos em nossas vidas. A salvação não é competência nossa, é Deus quem a dá. A nós compete servir e adorar a Deus, que em sua misericórdia, há de ser fiel às suas promessas.
Ainda assim, diante da constatação de que não podemos fazer nada para garantir a nossa salvação pois é Deus quem nos chama, fica a pergunta: a quem vamos seguir? Não pode haver dúvidas quanto a isso. Quem é que tem as palavras de orientação capazes de fazer a humanidade mais humana? Quem é que tem as palavras que são capazes de dar vida? Jesus! Apenas aquele que foi enviado por Deus é capaz de expressar plenamente a maneira como nós, criaturas de Deus, devemos viver.
Muitas vezes nos esquecemos das palavras de Jesus e nos perdemos em nossos próprios caminhos. Quantas vezes não nos afastamos do convívio com a Igreja por pensarmos sermos indignos de estar aqui? Mas Jesus nos mostra que Deus está de braços abertos a receber o pecador, a receber aquele que se afastou de seus ensinos e quer restaurar a nossa dignidade e humanidade. Deus nos chama para nos reconciliarmos com ele.
Quero concluir convidando você a refletir sobre dois pontos importantes do texto do evangelho. Primeiro: Deus é quem ajunta os seus, e não eu, ou você ou a Igreja. Segundo: é a Jesus que devemos seguir, ele sabe como devemos agir e nos ensina a fazê-lo.
Que Deus nos abençoe.
Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo
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