segunda-feira, 6 de julho de 2009

A falta de fé
São Marcos 6.1-6

O texto que lemos nos fala da ida de Jesus a Nazaré. Nazaré é a cidade onde Jesus foi criado. Já tive a oportunidade de ler e ouvir sermões a respeito desta ida de Jesus a Nazaré e, em sua grande maioria, todos falavam a respeito do fato de Jesus não ter realizado milagres grandiosos ali. O fato de Jesus ter sido menosprezado pelos de sua terra encontra respaldo no próprio texto que lemos um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra.

Jesus não se coloca como um homem acima de seus semelhantes. Ele caminha ao lado e convive com seus semelhantes. Em sua terra, ele esteve com aqueles que o viram crescer, com aqueles que o conheceram na infância e adolescência. Diante daqueles que ele conhecera tão bem, espanta-me uma afirmação do evangelista: E ficou admirado com a falta de fé que havia ali. Esta afirmação é uma reação ao fato de Jesus ter apenas curado alguns doentes, e não realizado maravilhas, como ressuscitar alguém.

São Paulo, quando escreve aos Coríntios acerca do amor, ele encerra o trecho dizendo que agora existem estas três coisas: a fé a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor. Sempre nos lembramos do amor ao ler este versículo, é uma exaltação ao amor, mas percebam que São Paulo não se esquece da fé e da esperança. São elementos que fazem parte de nós. Sem fé não agradamos a Deus, sem esperança não sonhamos com o amanhã. É preciso fé para crer no que não vemos. Crer no que não vemos é ter esperança, é sonhar é olhar para o futuro que se encontra depois dos nossos problemas. É olhar para frente.

A falta de fé dos nazarenos espanta-me por saber que eles conviveram com Jesus. Mas não só a falta de fé dos nazarenos me espanta, a minha falta de fé também me espanta. Você pode pensar que um pastor é um exemplo de fé e procedimento cristão, mas não é. Um pastor também é gente, embora alguns insistam em demonstrar que não. Eu me espanto com minha falta de fé porque conheço Jesus de Nazaré desde o dia em que nasci e conhecendo sua vida e sua história, eu me espanto comigo mesmo por não ter compreendido que a minha fé é que me une a ele. E quando eu erro, quando eu peco, quando eu perco as esperanças, quando eu me sinto fraco, só e desamparado, eu me espanto comigo mesmo e me pergunto Giovanni, será que você não é capaz de ouvir a voz de Deus? São momentos de fraqueza espiritual e emocional.

Jesus não nos olha esperando que façamos algo por ele. Ele nos olha sabendo do que precisamos e como precisamos ouvir. Ele sabe o que é melhor para nós. Para aqueles nazarenos, Jesus era um grande milagreiro, não se conformaram em ouvir seus ensinos e presenciar algumas curas, queriam mais. Para você, quem é Jesus? Ele está conosco nos convidando a caminhar com ele, não nos prendermos às maravilhas que ele faz, mas aprendermos com os pequenos gestos, como ouvir seus ensinamentos.

Quero concluir convidando você a refletir sobre quem é Jesus para você. O que ele é na sua vida? Neste dia, em que celebramos a Eucaristia, vamos nos achegar à mesa do Senhor com nossa falta de fé e vamos conversar com o mestre, dizer-lhe que a situação não está fácil, mas não deixemos de nos achegar a ele, não deixemos de ser fortalecidos pela Eucaristia.

Que Deus nos abençoe.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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