quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Morte de Cristo
Arthur Azevedo (1855 – 1908)

Pregado estava o Cristo à cruz que nos salvou;
Aproximou-se a Morte e, no auge do suplício,
Parecia hesitar e o braço retirou,
Temendo praticar o seu nefando ofício.

Mas Jesus, a cabeça inclinando, acenou
À executora atroz para que, sem flagício
Contra o filho de Deus, que Deus nos enviou,
Pudesse consumar o negro sacrifício.

Dando um tremendo golpe a Morte obedeceu,
Abalou-se a natura e o sol empaleceu,
Qual se próximo fosse o termo deste mundo.

Tudo, tudo gemeu na terra e na amplidão;
Somente o homem mostrou ter do peito no fundo
Uma pedra, e na pedra arfava um coração!

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