quarta-feira, 8 de abril de 2009

É muito, mas é pouco

Em sete de abril de 2009 a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou a chamada Lei Anti-fumo. Em resumo, com a lei, ficará proibido fumar em espaços coletivos, públicos ou privados, exceto em residências, estabelecimentos que comprovem ser exclusivamente destinados ao fumo, como tabacarias, e em locais de culto religioso em que o fumo integre o ritual.

A Lei promove grandes mudanças, é um avanço, mas ainda é pouco. Quem já sofreu em ver o tratamento de um parente que teve câncer por conta do tabaco, sabe bem do que falo. É pouco, muito pouco. A redução de espaços públicos não fará parar, mas diminuíra o consumo do tabaco.

Assisti, neste dia sete de abril, funcionários de bares e restaurantes protestando contra o possível desemprego. Vi pessoas dizendo que tem o direito de relaxar com um cigarro, vi fumantes apelando para a democracia. Para os primeiros, a resposta vem de um restaurante em São Paulo que, há dois anos, aboliu as mesas para fumantes e viu seu faturamento aumentar em cinquenta por cento. Para os segundos, eu recomendo a visita ao Hospital do Câncer, para ver como as pessoas relaxam com os efeitos do cigarro. Para os últimos, eu recomendo que compreendam que o espaço democrático permite, inclusive, o sustento do direito à vida. Quem fuma não quer viver bem, quer morrer logo. Quem fuma, caminha mais do que para a morte, caminha para o sofrimento em vida, e esse é muito mais doloroso para si e para a família.

Por fim, a decisão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo é um grande passo, mas ainda sonho em ver o dia em que o cigarro não será mais comercializado nem fabricado em nosso país. Ah, e para aqueles que apelam para os impostos como argumento, é preciso informar que para cada real arrecadado em impostos na venda de cigarros, se gasta um real e meio. Faça as contas e veja se ainda é lucrativo, e para quem.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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