segunda-feira, 9 de março de 2009

Seguir até a morte: vida eterna!
São Marcos 8.31-38

Jesus estava em Cesareia de Filipe. Ao seu redor, os discípulos o ouvem dizer que ele haveria de ser rejeitado, repudiado, morto e ressuscitaria ao terceiro dia.

Pedro não compreende tais palavras. Ele pensa em um messias invicto, um messias poderosos também para não ser rejeitado, mas sim aclamado.

Este episódio nos faz refletir sobre a missão de Jesus e como viver essa missão hoje.

Pedro não compreendeu a missão de Jesus. Mesmo tendo declarado, no verso 29, que Jesus é o Messias, Pedro não consegue conceber um messias sofredor.

Jesus veio ao mundo para unir, de uma vez definitiva e eficaz, o ser humano com Deus. Jesus veio como ser humano, viveu como um de nós, caminhou junto ao povo, falou do amor de Deus. Cumpriu a vontade de Deus. Ensinou aos homens aquilo que Deus quer de cada um de nós. Foi julgado, morto, sepultado. Ressuscitou!

Deste pequeno e muito abreviado panorama da vida de Jesus, Pedro não compreendeu que era necessário Jesus morrer. Ainda hoje, muitos de nós olhamos para Jesus como aquele faz milagres, como aquele cura, que ensina, que ressuscitou. Nos esquecemos que para ressuscitar, Jesus teve de morrer e para morrer, ele sofreu.

Pode parecer agressiva a forma como Jesus repreendeu Pedro, mas ao repreendê-lo daquela maneira, Jesus mostrou que nós também agimos assim. Muitas vezes queremos o Jesus da vitória e nos esquecemos do sofrimento da cruz. A maneira como olhamos para Jesus reflete como olhamos para Deus e para o nosso próximo. Precisamos sempre nos lembrar que ele sofreu por mim e por você para compreendermos a dimensão do sacrifício de Jesus por toda a humanidade.

Compreendendo a missão poderemos viver a missão de Jesus hoje. Jesus deixa claro aos discípulos e ouvintes o que deve fazer cada cristão: esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.

Esquecer os próprios interesses. Parece algo difícil para nós hoje. Em mundo cada vez mais individualista, em uma sociedade cada vez mais personalizada, você esquecer seus interesses e passar a viver os interesses de Deus parece loucura.

O que Jesus nos ensina é que não adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira. Ou seja, não adianta nada você e eu nos sacrificarmos por aquilo que não agrada a Deus. Não quero dizer com isto que você deva deixar de lado seus sonhos de melhorar de condição de vida e dar uma condição de vida melhor para seus filhos. Quero dizer que o que Jesus espera de nós é uma vida dedicada a ele, ou seja, lutamos pelos nossos sonhos sabendo que Deus está à frente deles, e não o contrário. Isso implica em sabermos que nossos sonhos se realizarão somente se Deus assim desejar.

Da mesma forma que temos que deixar de lado nossos interesses devemos estar prontos para morrer. Você está pronto para morrer por Cristo? Vivemos em um país onde temos uma certa liberdade de culto e não somos perseguidos, pelo menos não legalmente, por praticarmos nossa fé. Daí, vivenciamos menos as situações de perseguição e risco de morrer pela nossa fé. Mas não deixamos de passar por situações onde nossa fé é colocada em cheque a todo instante. Uma palavra errada, uma atitude errada pode nos colocar no caminho de morte. Você está disposto a morrer pelo evangelho? Tiago, Estevão e tantos outros ao longo de dois mil anos de cristianismo foram mortos pela fé em Cristo Jesus. Estamos com Cristo até o fim? Ou nos envergonhamos daquilo que cremos diante de nossos amigos e familiares? Estando prontos para morrer, tenhamos a certeza que será a morte de Jesus, a morte que vence a vida! A morte que leva para a vida eterna.

Concluindo. Jesus nos convida a caminharmos ao seu lado. Ser um discípulo de Cristo é estar disposto a deixar de lado nossos interesses e segui-lo até a morte. Segui-lo de coração e entendimento, dispostos a morrer e certos da vida eterna. Que Deus nos abençoe.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo

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