Misericórdia, amor e graça
Efésios 2.1-10 
Nossa natureza humana é, essencialmente, pecadora. Somos capazes das maiores atrocidades e dos maiores crimes. Semana passada foi realizado o julgamento de Josef Fritzl, acusado de manter sua filha em cativeiro por vinte e quatro anos, estuprando-a sistematicamente e tendo com ela sete filhos. O caso esteve em evidência nos meios de comunicação. Toda vez que vejo um caso como esse eu percebo o quanto o ser humano é capaz de cometer atrocidades. Albert Camus, escritor e filósofo, certa vez afirmou que todo o homem é um criminoso que se ignora. E de fato nós somos criminosos da vontade de Deus. Não fazemos aquilo que Deus quer de nós, fazemos aquilo que desejamos, e se começarmos a levantar os desejos do nosso coração, quando esgotarem os bons desejos, começarão a subir os maus desejos, aqueles que estão cravados em nós e que nós lutamos contra eles como lutamos contra um espinho cravado em nossa carne. Eles estão ali, a nos lembrar a todo instante que somos pecadores, que somos maus, egoístas, gananciosos, que pensamos em nós mesmos.
É para nós, pecadores natos, que Deus olha. Foi por cada um de nós que ele enviou seu filho para morrer pelos nossos erros e não permitir que fôssemos consumidos pelos nossos desejos e pecados. A misericórdia e o amor de Deus são muito grandes. São tão grandes a ponto de nos trazer à vida por meio de Jesus. O autor utiliza o verbo ressuscitar: Por estarmos unidos com Cristo Jesus, Deus nos ressuscitou com ele para reinarmos com ele no mundo celestial. Perceba que ele nos ressuscitou! Isto quer dizer que estávamos mortos. Sem Jesus não há vida, é morte. Sem o amor e a misericórdia de Deus, não somos nada. É isto que nos faz viver, ser igreja, ser corpo. Nós só somos corpo sendo ressuscitados em Cristo! E ele já nos ressuscitou, não é amanhã, não é quando morrermos, é hoje que fomos ressuscitados, pois sem o amor e a misericórdia de Deus, nós caminhamos para a morte. Após a morte nós reinaremos com ele, no mundo celestial, mas até lá nós temos muito que fazer aqui.
É preciso compreender que a misericórdia e o amor de Deus são imensuráveis. É preciso compreender que este amor e esta misericórdia são derramados sobre nós sem merecermos. É graça. Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. Imerecido, incomprável, inegociável. Não há dinheiro no mundo que a compre. É presente, é dado, para que eu e você não esfreguemos na cara de ninguém que somos salvos por nossos méritos e os outros não, para que possamos compreender o valor do amor e da misericórdia e sermos misericordiosos também. Assim, estaremos fazendo as boas obras a que se refere o autor da epístola. Cumprir a vontade de Deus não nos faz merecedores da salvação. Cumprir a vontade de Deus é um dever cristão em gratidão a Deus pela salvação. Não podemos aceitar que pessoas usem o nome de Deus para vender, negociar e ganhar merecimentos sendo que tudo o que Deus nos dá é gratuito, por meio da graça, esta graça que é maior do que minha iniquidade, é revelação do amor do pai. Esta graça que nos faz engrandecer o nome de Jesus e louvar a Deus constantemente.
Concluindo, nós somos naturalmente pecadores. Nossa natureza nos leva ao erro, pelo pecado. Porém Deus, em sua infinita e maravilhosa misericórdia, demonstra amor por nós, Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo. Assim, Deus derrama a sua graça sobre nós, nos fazendo seus filhos, nos tirando da morte e nos trazendo para vida hoje e nos assegurando a vida eterna ao seu lado. Hoje é tempo de ser cristão, hoje é tempo de exercer o amor e a misericórdia com o meu próximo, tal qual Deus exerceu sua misericórdia e seu amor comigo. Hoje! Que Deus nos abençoe.
Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo
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