Buscando transformação, levando transformação
São Marcos 1.40-45
A lepra foi, durante séculos, símbolo de impureza e pecado e usada como argumento para se isolar, repudiar e até mesmo matar uma pessoa. No livro do Levítico, capítulos 13 e 14 existe uma série de sintomas e sinais que indicam que a pessoa está com lepra, ou seja, hanseníase.
No tempo de Jesus, a hanseníase era tratada da mesma maneira que a descrita em Levítico. A hanseníase era considerada uma doença enviada por causa de um pecado grave ou qualquer outra atitude que a pessoa tenha cometido. O que se desconhecia, por séculos, é que a doença só era transmitida de uma pessoa para outra após contato prolongado. Mas naquele tempo não se tinha esse conhecimento e a lei judaica era clara: quem tem lepra é excluído para não contaminar o restante do povo. Mais que isso, o judeu que não possuía a doença poderia ser considerado impuro caso entrasse em contato com um doente. Não são raros os casos de apedrejamento de portadores de hanseníase para que estes ficassem distantes dos judeus sãos.
Com este argumento da exclusão, muitos judeus foram afastados do convívio social e apartados da oportunidade de frequentar o templo e oferecer culto a Deus.
Jesus conhecia todo esse pano de fundo social e religioso. Sabia também da importância de seu ministério junto a estes que a sociedade desprezavam. A cura de um portador da hanseníase era algo raro, mas que a lei judaica previa e possuía um ritual para que se cumprisse a reintegração daquela pessoa à sociedade.
Este panorama todo do episódio que lemos no evangelho serve para nos dar o contexto daquilo que queremos mostrar, a atuação dos dois principais personagens deste episódio: Jesus e o portador de hanseníase.
Ao olhar para o portador de hanseníase Jesus agiu com poder e compaixão. Para nós hoje pode parecer normal Jesus curar um portador de hanseníase. Naquele tempo foi um ato que demonstrou o poder de Deus na cura e a compaixão de Jesus para com o enfermo. Compaixão que leva Jesus a tocar aquele que é desprezado e impuro.
Não há impureza que Jesus não possa limpar. Ninguém é tão repugnante, impuro, pecador e errado que não possa receber o toque divino e ter sua vida transformada. Nós somos assim, e Deus nos toca todos os dias com sua misericórdia e transforma nossas vidas. Jesus olha com compaixão para minha e sua vida e nos transformas em pessoas puras pelo seu sangue derramado na cruz. Somos lavados e purificados pois recebemos o toque divino de Jesus que nos limpa e nos purifica diante de Deus.
Portanto, você e eu não podemos jamais classificar, julgar ou desprezar alguém. Somos todos iguais, com a mesma impureza, com o mesmo pecado, pois pecado é pecado sempre. Devemos, antes, amar e ter compaixão daqueles que estão distantes da vontade de Deus e procurarmos levar as pessoas ao nosso redor para próximo de Deus.
E foi caminhando para próximo de Deus que o portador de hanseníase desejou a cura e soube onde encontrar. — Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser. É a expressão do desespero de um homem que não consegue mais conviver com sua impureza e sabia que em Jesus tinha uma solução. Ele foi buscar a solução onde havia a possibilidade delas se concretizarem. Jesus já havia feito muitas outras curas e libertações, ele tem o poder de transformar vidas. Ele tem o poder para curar o portador de hanseníase.
Tal qual o portador de hanseníase, nós também temos nossas doenças, não necessariamente físicas. Todos temos algo que precisa ser transformado e moldado aos olhos do Senhor. Nosso caráter, nossa maneira, nossas manias, nossas inseguranças, nosso comportamento. Se você não sabia onde encontrar a solução para transformar a sua vida, hoje eu te apresento Jesus. Ele é capaz de transformar as nossas vidas. Para isto precisamos buscá-lo, seguir seus passos e crescermos.
Eu sou capaz de mudar a mim mesmo. Eu já usei essa frase dos Alcoólicos Anônimos muitas vezes aqui na Igreja e uso mais essa vez para ilustrar a capacidade que Deus dá a cada um de nós de caminharmos de acordo com usa santa vontade.
Concluindo, você e eu somos impuros perante Deus. O pecado mancha nossa vida, corrói nosso caráter, contamina nossa alma. Jesus é aquele que nos purifica perante Deus com o sangue derramado na cruz.
Você pode pensar que existem pessoas que não são dignas da mensagem do evangelho. Pode até apresentar uma lista de defeitos das pessoas que não são dignas da presença de Deus e nem de ouvir sua palavra. Aquele portador de hanseníase não era digno de estar na presença dos demais judeus, mas Jesus foi além de falar com ele: o tocou. Hoje, Jesus nos convida a tocar a alma e o coração das pessoas mais desprezadas de nossas famílias, trabalhos e sociedade com a palavra de amor transformação de vida, a palavra da salvação, a palavra de Deus!
Que Deus nos abençoe.
Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo
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