Romanos 13.11-14
Este é o primeiro domingo do ano cristão. O primeiro domingo do advento. O Adventus Redemptoris, celebrado por nós cristão desde o século VI, é o período em que lembramos a expectativa dos que esperavam a vinda do messias e também alimentamos a nossa esperança na promessa de Jesus de que ele vai voltar.
No texto de São Paulo aos romanos vemos uma figura de linguagem muito interessante a respeito da vinda de Cristo: o amanhecer. O apóstolo recomenda que os cristãos romanos estejam atentos quanto a este amanhecer.
E neste amanhecer vamos meditar e ver que é hora de acordar
Quando lemos no verso onze a afirmação vós outros que conheceis o tempo esta pode nos parecer estranha. É preciso compreender que o tempo é a revelação divina, portanto nós temos este conhecimento da revelação de Deus.
A questão é o que temos feito com esta informação. Será que temos guardado a mensagem da revelação de Deus somente para nós? Será que temos deixado de lado as oportunidades de proclamarmos ao mundo a alegria de viver na luz?
O texto ainda afirma que a noite está se findando. É o fim da escuridão e da penumbra. Gosto de contemplar o nascer do sol. Tenho essa oportunidade todos os dias quando chego em meu trabalho. Nestas horas em que a escuridão se vai e a vida começa a despertar, a paisagem vai ganhando forma, a cidade se revela diante de nós. Do mesmo modo que o sol lança sua luz sobre nós, Deus revela-se a cada um de nós. Acontece que o que temos visto são raios da revelação divina. Pequenos raios de luz que nos dão a direção diante de nossa escuridão espiritual. O próprio apóstolo São Paulo escreve em outra ocasião, aos coríntios, um texto conhecido de nós que diz Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. A revelação completa de Deus se dará e é preciso que despertemos para o que já conhecemos de Deus e façamos o que ele mesmo nos pede. Em breve teremos a revelação completa de Deus, Cristo está voltando e quando ele vier, veremos face a face.
Uma recomendação do texto bíblico para nos prepararmos para o amanhecer da revelação divina é que revistamo-nos das armas da luz. Que armas são essas? Essas armas são as graças divinas derramadas sobre nós. Muitos de nós não fazemos uso destas armas da luz. Deixamos de lado o amor, a misericórdia e o perdão, graças que Deus derrama sobre nossas vidas. Acontece que muitas vezes não assumimos essas bênçãos sobre nossas vidas, renunciamos nossos vícios, nossos erros mas não assumimos o amor, a misericórdia e o perdão.
É hora de acordar, pois o dia vai raiar e revelação de Deus dar-se-á por completa, portanto vamos acordar pois é hora de revestir-se do Senhor
Para que, acordados, possamos, revestidos das graças divinas, contemplar o amanhecer da revelação divina, é preciso caminhar de modo digno.
Que modo é digno de se andar? É viver de acordo com a vontade de Deus, exercendo o amor, a misericórdia e o perdão. Na lista dos erros apresentada no texto, encontramos, além de erros pessoais que podemos cometer (farras, bebederias, imoralidade e indecência), encontramos dois erros que a Igreja pode cometer: brigas e ciúmes. Brigamos por nosso ponto de vista, e não pelo evangelho. Temos ciúmes do poder institucional de outra Igreja e deixamos de lado a proclamação do evangelho.
É preciso abrir os olhos, pois o amanhecer vem e, mesmo na escuridão, é preciso andar como se houvesse luz. É preciso ter certeza no que cremos e porquê cremos, para que os tropeços da vida não nos deixem cair de vez e sim nos mostre como não errar mais. É preciso caminhar com certeza de fé. Encontramos em Hebreus 11 a definição mais conhecida de fé: a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Fatos que não se vêem, escondidos pela escuridão da noite, mas que tornar-se-ão claro aos nossos olhos quando Deus se revelar.
É preciso certeza no que se crê para andar neste mundo escuro, mas é preciso também coerência. Muitos de nós temos certeza no que cremos mas volta e meia deixamos de lado para nos apegarmos a modas e ventos de doutrinas que se espalham sobre as Igrejas. Como cristão reformado, presbiteriano independente, devo ser coerente com as doutrinas em que fui ensinado e devo andar nelas e meditar sobre elas, pois elas são a expressão da revelação divina a todos os homens que construíram nossa Igreja. É preciso crer, mas crer com coerência.
Concluindo:
Neste primeiro domingo do ano cristão, quando desponta lá no horizonte a luz que anuncia a vinda de Cristo e as trevas vão lentamente se dissipando, quando lembramos que Jesus veio e alimentamos a esperança que ele virá, conclamamos a Igreja: é hora de acordar e se revestir do Senhor para anunciarmos que as trevas estão aí, mas a luz da vida já vem vindo!
Espera
(Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo)
Espero ver
A justiça
O amor
O Messias
Redentor
Vejo a luz a anunciar:
Tenha fé e, sim, verás!
Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo





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