sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Isaías 62.10-12
Nesta época em que o ano chega ao fim, mais um natal se aproxima, mais um ano se inicia, nos vemos colocados diante das mesmas questões que, com certeza, você se fez há um ano atrás.

Diante da imensidão de planos e projetos, sonhos e desejos, cabe a cada um de nós, neste momento propício, a poucos dias de mais um natal de tantos que já vivemos, perguntar: o que esperamos? Como cristãos, o que esperamos? Se o advento é o há de vir, o que há de vir na nossa vida? O emprego sonhado? O presente esperado? O que desejamos no fundo do nosso coração? A paz oferecida nos meios de comunicação? O casamento do filho? O nascimento do neto? O que temos esperado neste advento? Um amanhã de prosperidades e felicidades? Um amanhã de mesas fartas e sorrisos sem fim? A mudança de emprego? De atitude? De endereço? O que esperamos tanto neste natal? O desejamos tanto para o novo ano?

Diante de tanto desejar e tanto querer, o que realmente precisamos é saber o que Deus tem para nós. O maior presente que se possa dar neste natal, já foi dado. O maior presente que se possa receber, já foi recebido. Deus nos deu, no natal, seu filho de presente. Ele é a razão desta data. Não importa se foi ou não no vinte e cinco de dezembro, o que importa é que à partir do momento que Deus acendeu nos corações dos homens a necessidade de relembrar o nascimento de Jesus, precisamos saber quem é aquele que é a razão de ser desta data. Muitas vezes nos esquecemos de tudo isto no natal e apenas lembramos dos presentes. No ano que se inicia, nos esquecemos de Deus e de sua providência, e pensamos nos nossos planos. É preciso abrir mão de nossos desejos, de nossos anseios por posses e bens. Isto nos traz à memória a primeira estrofe do poema de Gióia Junior inspirado em Stanley Jones: Nada era dEle
O berço que Ele usou na estrebaria,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!
.

O Rei dos reis, Senhor dos senhores, nosso Salvador, nasceu numa manjedoura que não era sua e nem de seus pais. Nada lhe pertenceu. Andou e viveu como nós dependendo única e exclusivamente de Deus.

Neste advento vamos esperar pelo que de fato Deus quer que esperemos: o nascimento. “Eis que vem o teu Salvador; vem com ele a sua recompensa, e diante dele, o seu galardão”. O nascimento de Jesus é a espera do advento, mas mais do que isto, a espera do natal é também que “Chamar-vos-ão Povo Santo, Remidos Do Senhor; e tu, Sião, serás chamada Procurada, Cidade-Não-Deserta.”

Neste advento, já as portas do natal, o nascimento que se espera é na verdade o nosso renascimento, que só é possível quando nos rendemos ao menino Jesus que na manjedoura teve o seu primeiro contato com o mundo e hoje nos convida a reviver.

Portanto queridos, o nascimento que esperamos neste natal é o nosso, seu e meu, o novo nascimento em Jesus Cristo, para que possamos fazer do poema Cristo vive em mim, também de Gióia Júnior a nossa oração:
Cristo vive em mim
Desperto, redivivo de meu passado ruim,
já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim.
Brasa do altar votivo nas mãos do Querubim,
já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim.
Um dia eu fora altivo: vaidade e orgulho, enfim,
já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim.
Tu és o meu motivo, o meu começo e fim,
já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim.

Rev. Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo


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